9º ano.. e agora? 12º ano... e agora?

A decisão da área de estudos do secundário e/ou do que fazer após o 12º ano sempre foi um desafio, mas tem-se intensificado. E porquê?

A decisão vocacional não é algo direto, não é um processo automático, imediato, fechado e, por isso, é desafiante. 

Este processo deve ser, mais do que tudo, um espaço onde o adolescente encontra tempo e segurança para dar mais uns passos significativos no seu autoconhecimento. Sem julgamentos, com apoio, conseguir “ajustar as lentes” para olhar para si próprio com verdade. “O que faço com mais facilidade? Quais as minhas maiores fragilidades? Que assuntos gosto de saber com vontade? O que me entusiasma, me faz brilhar os olhos? 
Depois, segue-se um desafio ainda maior: contornar mitos e preconceitos para ganhar coragem para “aceitar quem sou”, com pontos fortes e menos fortes.

E claro, paralelamente, explorar toda a gigante, e em constante mutação, oferta educativa do mundo dos cursos e profissões, mesmo sentindo que essa realidade está ainda a muitos, muitos quilómetros de distância. 

E tudo isto, coexistindo com as intensas alterações físicas e psicológicas normais da adolescência, com as mil tarefas escolares, as relações de amizade e a família. Sim, a família é das peças mais importantes, também deste caminho. Pode suportar e ser luz, como também ser a peça que leva à fuga de uma verdadeira exploração e envolvimento, pelo medo que o jovem pode sentir em defraudar expectativas. Assim, também a família precisa de apoio, orientação, de reflexão acompanhada. Os pais fazem SEMPRE o que acham ser o melhor para os seus filhos, mas se forem dotados de ferramentas adequadas e conscientes das atuais necessidades conseguirão dar um suporte ainda mais seguro e eficaz.

Ufa…Sim, é um processo mesmo exigente e, infelizmente, muitas vezes doloroso, sendo, por isso, demasiadas vezes evitado, empurrado ao máximo ” com a barriga”. Mas, pode ser um caminho muito bonito de descoberta, de laços fortificados dentro da família e de realização.

Não existem decisões certas nem erradas, existem, sim, decisões com sentido, e esse é bem possível de ser encontrado.