Ficámos todos às escuras

O país ficou as escuras. O país parou. Ficamos desconectados do mundo e dos outros.
O apagão prolongado e generalizado em que mergulhamos, fez soar os alarmes – internos e externos! Correram notícias e pessoas! Circularam teorias, especulações, mas, sobretudo, dúvidas! Todos se tentaram preparar da melhor forma, mesmo não sabendo que forma seria essa!
Talvez o caminho seja aquele do qual a sociedade tem, continuamente, estado a fugir: a conexão! Não digital, mas real! Humana! Pessoal!
Essa humanidade que nos faz frágeis. Mais frágeis do que aquilo que julgamos ser ou queremos acreditar que somos! Porque, na verdade, estamos todos interligados. Não somos ilhas, mas sim um território comum, feito de forças e limitações. E se nas forças não nos recordamos desta nossa condição, são as limitações que nos lembram que “ninguém se salva sozinho” e que a nossa individualidade não nos levará a grandes destinos.
Precisamos, por isso, de recuperar o essencial. A conexão com a natureza. A preocupação com a sustentabilidade – nossa e do planeta. A escolha por uma vida mais simples. Privilegiar o contacto humano. E, acima de tudo, escolher os nossos, mais do que as coisas. Não adiar aquele momento só porque há um e-mail para responder.
Ficamos todos em suspenso.
Ficamos todos um tanto perdidos.
Ficamos todos agarrados ao rádio.
Ficamos todos desorientados com a falta de notícias dos nossos.
Agora,
fiquemos mais atentos.
fiquemos mais comprometidos.
fiquemos mais conectados.
E que possamos descobrir que por mais luzes que se apaguem lá fora, a luz que temos cá dentro é aquela que nos ajuda a encontrar o sentido para uma vida mais plena e sustentada.